
A corrida pela sucessão do Palácio Paiaguás, nas eleições de 2026, já se transformou em uma disputa aberta dentro da própria direita em Mato Grosso. Três nomes de peso ocupam, de forma recorrente, o topo das pesquisas divulgadas semanalmente e protagonizam uma guerra política silenciosa, mas cada vez mais intensa, pela condição de candidato viável ao governo do Estado. O senador Wellington Fagundes lidera os levantamentos, seguido pelo também senador Jaime Campos, enquanto o vice-governador Otaviano Pivetta aparece em terceiro lugar, mas sustentado pela condição estratégica de sucessor natural do atual governador Mauro Mendes.
Mais distante, surge o nome da pré-candidata Natasha Slhessarenko, que lançou recentemente sua pré-campanha, mas ainda sem densidade política ou eleitoral comparável aos três principais concorrentes. O centro do debate, no entanto, permanece concentrado em Wellington Fagundes, Jaime Campos e Otaviano Pivetta, que disputam espaço, alianças e protagonismo dentro do mesmo campo ideológico.
Enquanto Fagundes e Campos intensificam agendas políticas, ampliam articulações e buscam consolidar palanques regionais, Piveta adota uma estratégia distinta. Mesmo ocupando atualmente o cargo de vice-governador, ele tem evitado antecipar a apresentação de seu arco de alianças e mantém um discurso de cautela, apostando no tempo político como aliado. A avaliação nos bastidores é de que sua candidatura depende diretamente do afastamento de Mauro Mendes do cargo, previsto para março ou abril do próximo ano, quando o vice assumirá o comando do Estado e passará a ter maior visibilidade institucional.
Nos últimos dias de 2025, Otaviano Pivetta voltou a tratar do tema em conversa com a imprensa mato-grossense e foi direto ao afirmar que não considera este o momento adequado para anunciar apoios ou consolidar alianças formais. Segundo ele, a antecipação excessiva não traz ganhos reais e pode, inclusive, gerar desgastes desnecessários em um cenário ainda em construção.
“O que já tem é bastante conversa. Eu nunca pedi para cravar, eu acho que é prematuro, não tenho essa ansiedade. Eu ouço deles todos, no cotidiano, quase no dia a dia, a reafirmação do apoio, e isso me deixa tranquilo. Esse negócio de antecipar muito, não há necessidade. Na hora certa nós vamos anunciar o arco de aliança, vai ser amplo, vai ser forte, vai ser uma candidatura robusta, principalmente pela nossa história e pelas nossas intenções”, afirmou Pivetta.
A fala reforça a estratégia do vice-governador de manter a pré-campanha em ritmo controlado, apostando na força do governo, no legado administrativo e na herança política de Mauro Mendes, que já declarou a intenção de disputar uma vaga ao Senado em 2026. A eventual saída do governador abre espaço para que Piveta ganhe musculatura política, administrativa e eleitoral, passando de coadjuvante institucional a protagonista do processo sucessório.
Com pesquisas sendo divulgadas com frequência e movimentações cada vez mais visíveis nos bastidores, a sucessão no Paiaguás tende a dominar o debate político ao longo de 2026. Se hoje a direita aparece fragmentada em três projetos distintos, o desenho final ainda dependerá do timing político, da construção de alianças e da capacidade de cada pré-candidato transformar intenção em base sólida. No caso de Otaviano Pivetta, a aposta está clara: o arco de alianças virá, mas somente quando ele considerar que a robustez política esteja pronta para ser exibida.
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